Sou médica formada pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais – e especialista em Clínica Médica pelo Hospital de Pronto Socorro João XXIII. Atuei durante quatro anos como médica do Programa Saúde da Família nos municípios de Belo Horizonte/MG e Ibirité/MG e possuo o título de Médica de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira da Medicina de Família e Comunidade(SBMFC).

O sentimento que motivou minha escolha pela Medicina brotou em mim ainda na adolescência, quando realizava trabalho voluntário em uma creche no bairro onde morava. Doar parte do meu tempo para ver sorrisos nos rostos daquelas crianças me trazia tamanha satisfação que eu tive a certeza de que eu queria sentir isso ao longo da minha vida.

Esse foi e continua sendo o significado da Medicina para mim. Ser médico é doar-se, é cuidar, é acolher, é ouvir o outro com respeito, é se importar com aquilo que traz sofrimento naquele que me procura, é fazer o meu melhor para florescer o melhor do outro, em todos os aspectos de sua vida, seja físico, emocional ou espiritual.

Adélia Prado soube expressar, lindamente, o que sinto, acredito e busco diariamente em relação à minha profissão e aos meus pacientes: “Acredito que, para fazer e consumir poesia, assim como para tratar um doente, é absolutamente necessário considerar os afetos. Sou afetada em minha vida e aquilo que me faz feliz ou infeliz não é uma coisa que eu sei, mas algo que sinto. Do ponto de vista acadêmico, posso ser o melhor da turma, o que detém mais títulos, mas se eu não tiver o olhar, uma atenção real para o outro, todo o meu saber científico não vai trabalhar em função da cura. As nossas doenças e dificuldades nascem nesse lugar onde eu me faço pessoa e, para existir de modo feliz, eu preciso ser amada e amar.”